É basicamente o que este jogo é, o mais do mesmo que todo mundo gosta de ver, ou melhor, de jogar… Ah, e já fica a dica… se você não gostou de outros jogos da franquia Far Cry ou de Wildlands é bem provável que este jogo também não te agrade.
E então, será que a Ubi(soft) acertou dessa vez? Com o tempo eu acho que indiretamente acabei virando ”hater” da empresa, digo indiretamente porque esse não é meu objetivo, nunca foi. Sempre que eles anunciam um novo jogo eu tenho esperanças que o jogo seja bom, que não chegue completamente bugado ou com otimização precária, o problema é que quase sempre eles não colaboram… Watch Dogs, For Honor, Unity, Wildlands, entre outros. Indo direto ao ponto eu diria que eles acertaram, após a pequena decepção que Far Cry Primal deixou resolveram jogar na sua zona de segurança e apresentar algo que os fãs já estão acostumados em ver, voltaram em cheio com a fórmula de sucesso usada no terceiro jogo da saga, porém aprimorada em termos de jogabilidade.
Far Cry 5 usa essa ”receita de bolo” que eles já se acostumaram a utilizar e desfruta de recursos que a Ubi adora… exploração e investigação de locais ao estilo The Witcher 3, missões de coletar objetos, causar dano atacando propriedades dos inimigos ao estilo Just Cause, mapa dividido em regiões com diferentes chefes e subchefes, missões para retomar o controle de locais dominados por inimigos, entre outros. Todos esses modelos estão presentes em abundância em vários títulos da empresa, é um modelo que funciona, é divertido e cativa o jogador por apresentar diversas possibilidades de interação, por exemplo optar por invadir um local furtivamente ou agressivamente. Em contrapartida, isso me preocupa muito, afinal, até quando a empresa vai continuar usando esses modelos já conhecidos em seus jogos? A saturação uma hora chegará… na verdade, eu diria que ela já chegou, é por isso que eu não recomendo a compra para quem não está habituado com os jogos da empresa.
Visualmente falando este é um jogo maravilhoso, os locais são bem estruturados, as paisagens são lindas, a ambientação é rica em detalhes, a iluminação e as soft shadows funcionam como deveriam, as animações e modelagem dos personagens são bem feitos, enfim, no geral é um game muito bonito, os únicos problemas ficam em relação a água e as texturas de baixíssima qualidade, não foi algo que me atrapalhou durante as horas que passei explorando e aloprando no vasto mundo de Hope County, mas muita gente ficou brava por causa disso.
— Então o jogo tem texturas feias, mas e aí, é otimizado?
— Bem, vi muitos usuários reclamando sobre a otimização, mas gostaria de recomendar este vídeo feito pelo pessoal do site Adrenaline[adrenaline.uol.com.br] mostrando que o jogo está sim otimizado, ao contrário de Watch_Dogs 2, Wildlands, AC Origins e outros jogos mais recentes da empresa. Na minha opinião, sacrificar algumas texturas para ter um desempenho melhor foi uma boa jogada, entretanto, gostaria muito que eles disponibilizassem um pack de texturas em qualidade mais alta para quem quisesse, pois é notável que muitos jogadores não gostaram do feito. Não tive nenhum problema com quedas de frames, travamentos, ou outros, o jogo rodou suave e liso na minha máquina, melhor até do que eu esperava.
Infelizmente não posso dizer o mesmo em relação a bugs técnicos e problemas com a inteligência artificial… Acho que já até me acostumei com os problemas de IA desses jogos em mundo aberto, então quando um personagem atravessa a rua sem olhar se carros estão transitando e se mata eu acho normal, dou um retry (recomeçar) na missão e sigo em frente, problemas como este definitivamente atrapalham o seu jogo, e o pior de tudo é que não há absolutamente nada que você possa fazer para contorná-los. Entre os principais problemas que eu presenciei enquanto jogava estão: Inimigos te detectando atrás de paredes, NPCs suicidas, objetos e NPCs atravessando o chão e objetos sólidos, IA desligando, inimigos dando spawn na sua frente, carros voando, delay no loading de texturas, e muitos, muitos outros problemas.
Quanto ao áudio, os efeitos sonoros (explosões, armas, missões cumpridas, carros e ambiente) são muito bem feitos, é difícil um jogo pecar nesse aspecto, mas é perceptível que muita atenção foi dada pra isso no quinto do jogo da franquia, toda a sonorização contribui muito para criar a atmosfera que contribui para a imersão do jogador. A trilha sonora não fica pra trás, você poderá explorar Hope County ao som de grandes clássicos como Bad Moon Rising e Barracuda, um prato cheio para quem curte clássicos como os da rádio K-DST de San Andreas. Falando em dublagem em Português do Brasil, ela é aquela maravilha… Vozes que não combinam, dessincronizadas, repetidas, e outros. Só a voz do Junior Nannetti eu acho que ouvi em mais de 10 personagens diferentes, talvez uns 15, hehe.
Agora a parte que mais me decepcionou e a que você provavelmente estava esperando desde o começo da análise, o enredo. Deixei para falar sobre o enredo por último porque julgo que esta é a parte menos importante do jogo, digo, deste jogo específico. Eu sei que este nunca foi um ponto deveras importante na franquia, mas neste jogo a empresa ”exagerou”. O jogo até começa bem, os 30 minutos iniciais de jogo te conquistam de forma incrível, você pensa: ”nossa… esse vilão… esses personagens… este vai ser o jogo do ano!”. É… quem me dera se realmente fosse assim. Francamente, os trailers dão a entender que o rumo da franquia seria mudado, pelo menos em relação a história, mas quando jogamos nos deparamos com um protagonista mudo, três subchefes ”meh” e uma grande quantidade de ”diálogos” que a partir de certo momento de jogo já não te interessam mais, você só quer que o ”diálogo” acabe para voltar pra ação. Um ”youtuber” gringo que sigo definiu bem como são os momentos de interação com os vilões em apenas uma frase: ”A simple collection of listen and accept what I tell you moments” (uma coleção de momentos em que você escuta e aceita o que te direi). Ah, e tem mais… a sinopse do jogo é bizarra, bizarra mesmo… Somos um (ou uma) recruta que é enviado(a) juntamente com sua equipe para prender o vilão porque o miserável está ”tocando o terror” com seu culto, chegando lá o ”pau quebra” e nossa equipe é raptada pelo vilão, a partir daí nos ignoramos o fato que somos um agente de lei e resolvemos incorporar o Rambo, saímos pela cidade matando membros de culto, destruindo propriedades, roubando carros, o bagulho simplesmente vira um ”GTA Redneck”.
Via: steam